Mulheres grávidas têm sido expostas a uma ameaça cada vez mais frequente: a dengue. De acordo com dados da Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, nas 14 primeiras semanas de 2013 já foram registrados mais que o dobro de casos do mesmo período do ano passado.
Segundo a secretaria, de janeiro até agora, foram notificados casos de dengue em 358 grávidas no Rio de Janeiro, a maioria moradoras das regiões norte e noroeste Fluminense. Em 2012, no mesmo período, foram 164 notificações da doença.
Segundo a secretaria, as gestantes estão recebendo atenção diferenciada, inclusive para prevenir possíveis complicações. No início da gestação, a dengue pode levar à má formação do bebê ou ao aborto. Segundo Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, o diagnóstico precoce é vital.
— Os riscos de uma gestante adquirir dengue são iguais aos de qualquer outra pessoa. Porém, os cuidados precisam ser redobrados. É necessário enfatizar a importância do acompanhamento clínico regular nos serviços de saúde para verificar os sinais de alarme e o reconhecimento da doença. O diagnóstico precoce é vital para que a intervenção seja feita em tempo hábil.
No protocolo de atendimento a pacientes com dengue do Ministério da Saúde, as gestantes devem receber acompanhamento ambulatorial com hidratação supervisionada e o exame de hemograma é obrigatório. A cada 24 horas, deve ser feita uma nova avaliação de seu estado de saúde. Segundo o documento, elas ocupam classificação de risco intermediário.
Chieppe explicou que a mulher grávida possui características únicas que dificultam a avaliação clínica. Sinais clássicos da doença, como febre, dores musculares, cefaléia e manchas pelo corpo, nem sempre são claros. O problema ocorre quando as alterações específicas da gravidez impedem o reconhecimento precoce do vírus.
Complicações, como a síndrome de HELLP (hemolysis elevated liver enzymes low plaquets), também podem confundir o manejo clínico. A síndrome é decorrente de doença hipertensiva e pode apresentar sintomas iguais à dengue, evoluindo com quadro de choque. Geralmente não há sinais de febre alta ou dor muscular, mas a diferença é sutil. Nesse caso, é fundamental o acompanhamento médico para um diagnóstico clínico associado a exames laboratoriais.
Do R7 | 16/04/2013
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