A família de aves Columbidae abrange entre suas espécies os animais popularmente conhecidos como pombos e rolinhas. Existem cerca de 300 espécies dentro da família Columbidae distribuídas amplamente pelo planeta sendo que elas habitam locais muito variados como campos, pastagens, caatinga, florestas e áreas urbanas. A grande maioria dessas espécies vive restritamente nos seus locais de adaptação natural, ou seja, nas florestas e outros biomas naturais. Somente algumas passaram a habitar as cidades.
A presença de columbídeos em áreas urbanas tem duas origens: uma, mais recente, em função da devastação de seus ambientes naturais de ocorrência, o que levou esses animais à procura de locais com maior oferta de abrigos e alimentos; outra é a domesticação de pombos, prática que já se iniciava há cerca de 5.000 anos pelos povos asiáticos.
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Dessas espécies presentes em áreas urbanas a Columbia livia, popularmente conhecida como pombo-doméstico, se destaca por sua grande proliferação e também por trazer prejuízos na convivência direta com o homem, sendo assim considerada animal sinantrópico.
Principais espécies que foram beneficiadas pela ação humana:
Columba picazuro (Asa-branca): quando em vôo, a principal característica é a faixa branca na parte superior das asas. Possui um tamanho médio de 35 cm. Esta espécie vem sendo beneficiada com os desmatamentos, ampliando muito sua população e áreas de ocorrência.
Zenaida auriculata (Avoante): possui coloração acinzentada e duas linhas pretas próximas aos olhos. Possui um tamanho médio de 20 cm. Assim como a Asa-branca, essa espécie se beneficiou com os desmatamentos, principalmente no Estado de São Paulo, tornando-se uma das aves mais comuns nas áreas devastadas do interior do Estado.
Columbina talpacoti (Rolinha): a fêmea possui coloração bege, sem o contraste do cinza na cabeça, característica típica do macho da espécie. Seu tamanho médio é de 15 cm. Uma das pombas mais comuns no Brasil que se adequou muito bem à vida nas cidades, tornando-se uma das mais características aves urbanas.
Columba livia (Pombo-doméstico): é a pomba mais conhecida das áreas urbanas. Possui um tamanho médio de 40 cm.
O pombo-doméstico é uma ave exótica, originária da Europa, norte da África, Oriente Médio e Ásia, onde são conhecidas como Pomba-das-Rochas. Em função de serem animais dóceis, o homem iniciou sua domesticação há 5.000 anos para diversas finalidades tais como ornamentação, companhia, trabalho (pombos-correio) e alimentação. No Brasil, elas foram introduzidas pelos colonizadores europeus a partir do século XVI.
Em muitos lugares, os pombos-domésticos escaparam, perderam-se ou foram soltos intencionalmente. Dessa forma, ao encontrarem nas cidades abrigos e grande oferta de alimentos lá se instalaram e proliferaram.
Essas aves abrigam-se e constroem seus ninhos em locais altos. Essa característica facilitou sua instalação nas cidades onde se encontram prédios, torres de igrejas, forros de casas, entre outros. Além disso, alimentam-se principalmente de grãos e sementes, mas também podem reaproveitar restos de alimentos e lixo, o que faz das cidades locais com ótimas ofertas de alimentação. Com tantas condições favoráveis à sua proliferação, os pombos têm apresentado populações muito numerosas em diversas cidades, tornando-se assim alvo de preocupação ambiental e de saúde pública.
Ciclo de Vida dos Pombos
Em seu ambiente natural, os pombos podem viver em média até 15 anos, porém nas cidades vivem em média de 3 a 5 anos apenas. Isso ocorre pelo fato de sua alimentação nas cidades ser composta por restos encontrados em lixos e/ou farelos de comidas processadas pelo homem, tais como pães e biscoitos, produtos com composições muito diferentes dos encontrados naturalmente por esses animais.
Além disso, é comum quando uma população cresce demasiadamente, saindo de seu balanço natural, ocorrer certo controle populacional através da transmissão de doenças. Como esses animais vivem em colônias e estão em constante contato uns com os outros, um único indivíduo pode funcionar como via de entrada de um agente infeccioso e, através dele, a doença é facilmente transmitida a vários outros indivíduos, dessa forma diminuindo o tempo de vida desses animais.
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Os pombos formam um casal durante toda a vida e têm em média de 5 a 6 ninhadas por ano, cada uma com de 2 a 3 filhotes. Eles apresentam cuidado parental durante a incubação e por mais ou menos 1 mês após o nascimento, período que os filhotes levam para aprender a voar. Os ovos são incubados por 17 a 19 dias até o nascimento dos filhotes, cujo amadurecimento até a idade adulta ocorre no período de 6 a 8 meses.
Hábitos Alimentares dos Pombos
Os pombos se alimentam especialmente de sementes e grãos em geral, podendo também ingerir insetos, vermes e frutos em ambiente natural. No ambiente urbano, esses alimentos característicos não são tão expressivos em sua dieta em função da grande oferta de restos alimentares, farelos e lixo nas ruas e praças das cidades.
Importância Ecológica dos Pombos
As aves têm um importante papel ecológico pois, como todos os outros seres vivos, participam de uma teia alimentar. Isso significa que elas fazem parte de diversas relações alimentares nas quais uns seres se alimentam de outros. A exemplo disso, pode-se analisar os pombos em uma pequena parte dessa teia, denominada cadeia alimentar.
Em ambiente natural, os pombos se alimentam de insetos, grãos e sementes e, dessa forma, realizam o controle populacional dos insetos e a dispersão de algumas sementes que foram ingeridas, mantidas quentes e úmidas e eliminada pelas fezes das aves em condições propícias para a germinação. Por sua vez, os gaviões podem alimentar-se de pombos, sendo seu predador natural e, assim, a presença de pombos auxilia na manutenção da população de gaviões.
No entanto, a grande oferta de alimentos processados pelo homem alterou a dieta desses animais e estes passaram a ingerir menos insetos e sementes, ficando à parte daquela cadeia alimentar. Com muito alimento disponível, a população de pombos conseguiu crescer em um ritmo muito mais acelerado do que aquele que ela poderia atingir naturalmente. Em adição a isso, seus predadores, os gaviões, não estão presentes nas cidades em número suficiente para controlar esse crescimento populacional de pombos, assim auxiliando na caracterização desses animais como uma espécie entre as conhecidas “pragas urbanas”.
Doenças Transmitidas pelos Pombos
São patologias causadas por pombos:
Criptococose:
doença causada pelo fungo Cryptococus neoformans. É transmitida pela inalação da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação e confusão mental.
doença causada pelo fungo Cryptococus neoformans. É transmitida pela inalação da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação e confusão mental.
Histoplasmose:
transmitida pela inalação do esporo do fungo Histoplasma apsulatum encontrado em fezes secas de pombos e morcegos. Causa uma micose profunda e seus sintomas variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, anemia, etc. É uma doença que vai depender do estado de saúde do indivíduo, podendo assim se desenvolver ou não.
transmitida pela inalação do esporo do fungo Histoplasma apsulatum encontrado em fezes secas de pombos e morcegos. Causa uma micose profunda e seus sintomas variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, anemia, etc. É uma doença que vai depender do estado de saúde do indivíduo, podendo assim se desenvolver ou não.
Salmonelose:
causada pela ingestão de ovos ou carne contaminados pela bactéria Salmonella sp presente nas fezes de pombos e outros animais. Gera uma toxinfecção alimentar com sintomas como febre, diarréia, vômitos, e dores abdominais. Suas fezes, em contato com alimentos como verduras, frutas, podem acarretar nessa doença.
causada pela ingestão de ovos ou carne contaminados pela bactéria Salmonella sp presente nas fezes de pombos e outros animais. Gera uma toxinfecção alimentar com sintomas como febre, diarréia, vômitos, e dores abdominais. Suas fezes, em contato com alimentos como verduras, frutas, podem acarretar nessa doença.
Ornitose:
também conhecida como psitacose, é transmitida por via oral por meio da poeira contendo as fezes secas de aves (pombo, arara, papagaio, perus) e infectadas pela Chlamydia psittaci. O indivíduo infectado pode apresentar febre, vômito, calafrio, mialgia, tosse, cefaléia, acompanhados por comprometimentos das vias aéreas superiores e inferiores. Essa doença é oportunista, isto é,depende do estado de saúde do indivíduo.
também conhecida como psitacose, é transmitida por via oral por meio da poeira contendo as fezes secas de aves (pombo, arara, papagaio, perus) e infectadas pela Chlamydia psittaci. O indivíduo infectado pode apresentar febre, vômito, calafrio, mialgia, tosse, cefaléia, acompanhados por comprometimentos das vias aéreas superiores e inferiores. Essa doença é oportunista, isto é,depende do estado de saúde do indivíduo.
Dermatites:
parasitose causada pelo piolho do pombo (ácaros, Ornithonyssus sp.), que provoca erupções na pele e coceiras semelhantes às de picadas de insetos.
parasitose causada pelo piolho do pombo (ácaros, Ornithonyssus sp.), que provoca erupções na pele e coceiras semelhantes às de picadas de insetos.
Alergias:
ocasionadas pela inalação de penugens de pombos ou de um ar rico em poeira das fezes dos pombos. Pode causar rinites, ou crises de bronquite em pessoas sensíveis.
ocasionadas pela inalação de penugens de pombos ou de um ar rico em poeira das fezes dos pombos. Pode causar rinites, ou crises de bronquite em pessoas sensíveis.
Métodos de Controle - Dedetização
O conceito mais evoluído no controle de pragas é o Manejo Integrado, cuja filosofia consiste na aplicação concomitantemente de diferentes estratégias de controle. O uso de substâncias químicas pode eliminar os pombos, mas além de ser cara é crime. De acordo com os artigos 29 a 32 da Lei Federal no. 9.605 de fevereiro de 1998, é proibido usar iscas envenenadas (crime de crueldade com os animais).
Os mecanismos de controle consistem em evitar alimentá-los; não deixar frestas entre telhas, pois os pombos podem entrar por estas frestas e construir suas ninhadas; restringir áreas onde os pombos pousam e espantar os animais existentes no local.
Alimentar os pombos, além de ser um estímulo para que sua população cresça é um estímulo negativo à natureza do animal, pois isso o deixa desestimulado a procurar alimentos na natureza, como sementes e insetos; prejudicando no replantio de plantas e controle de insetos, além de diminuir o tempo de vida dessas aves.
Frestas em telhados, principalmente de lugares altos, são portas de entrada para pombos e outras aves que se adaptaram a viver em ambientes urbanos. Os pombos preferem lugares altos para poderem observar o ambiente em que vivem e para obtenção de comida. As colônias produzem uma quantidade muito grande de fezes, as quais servem como ótimos lugares para abrigar bactérias, fungos e alguns vírus, podendo transmitir várias doenças como, por exemplo: criptococose, histoplasmose, ornitose, salmonelose, toxoplasmose, encefalite, dermatites, alergias respiratórias, doença de Newcastle, aspergilose e tuberculose aviária.
Deve-se restringir os locais onde os pombos pousam, principalmente em lugares públicos, pois suas fezes transmitem as doenças citadas acima. Estratégias adotadas para evitar o pouso dessas aves são:
• Instalação de armações de hastes pontiagudas que cubram a maior parte de uma superfície plana, que poderia ser
utilizada para o pouso;
utilizada para o pouso;
• Mudança do ângulo de inclinação da superfície de pouso;
• Instalação de fios de nylon ou arame ao longo da superfície de pouso;
• Instalação de espiral ao longo da superfície de pouso;
• Instalação de dispositivos giratórios;
• Pendurar materiais brilhantes como CDs e fitas de saco plástico em possíveis locais a serem freqüentados pelos
pombos;
pombos;
• Aplicação de substâncias pegajosas (gel repelente) em camada fina para que o pombo evite o local.
Se já existem pombos no local, deve-se primeiro limpar o local, retirando toda a comida ou material orgânico existente para que os pombos sejam obrigados a procurar alimentos em outro lugar, preferencialmente na natureza; depois pode-se utilizar espantalhos ou manequins, objetos brilhantes e coloridos, objetos dotados de movimento como bandeirolas, móbiles de CDs, balões infláveis e fitas coloridas que assustam as aves e as afastam do local por algum tempo. Pode-se utilizar também repelentes químicos como géis na superfície onde pombos freqüentam, já que isso causa um desconforto nas aves. O uso de produtos com odores fortes como creolina, naftalina ou formalina também afastam as aves enquanto seu odor permanecer no local.
Cuidados
A limpeza do local habitado por pombos deve ser realizada, porque as fezes além de conterem causadores de doenças, ainda podem atrair outros animais como ratos e baratas ao local.
Não ingerir carne de pombos, a não ser bem cozida, pois há uma grande possibilidade de infecção por salmonela.
Cuidado ao respirar o ar de ambientes onde pombos vivem, pois além da poeira que sai das fezes dos pombos provocar as doenças citadas acima, ela causa irritações respiratórias, como alergia, e dermatite.
Dicas
Deve-se seguir o seguinte procedimento durante a limpeza das fezes dos pombos:
• Proteger o nariz e a boca com máscara ou pano úmido limpo e utilizar luvas fortes;
• Antes da limpeza, deve-se umedecer bem as fezes com uma solução desinfetante a base de cloro, assim como água
sanitária diluída na proporção de 50% (com água);
• Depois da limpeza, deve-se aplicar uma solução de água sanitária pura no local da lavagem;
• Impedir que as aves retornem ao local que foi descontaminado.
• Proteger o nariz e a boca com máscara ou pano úmido limpo e utilizar luvas fortes;
• Antes da limpeza, deve-se umedecer bem as fezes com uma solução desinfetante a base de cloro, assim como água
sanitária diluída na proporção de 50% (com água);
• Depois da limpeza, deve-se aplicar uma solução de água sanitária pura no local da lavagem;
• Impedir que as aves retornem ao local que foi descontaminado.