* Flávio Amary
As notificações de suspeita de dengue aumentaram 279% no primeiro trimestre de 2013, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Estudos indicam que, no Brasil, a dengue está presente em todas as regiões. Talvez isso se relacione com o clima quente e úmido do país, o que propicia as condições ideais para a proliferação do pernilongo que transmite a doença.
Em Sorocaba, a situação é preocupante: divulgado recentemente, o Boletim Epidemiológico elaborado pela Área da Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde (SES) revela que 26 novos casos de dengue foram confirmados somente na primeira semana de maio. Assim, já são 649 os registros de suspeita da doença no município, apenas em 2013. Destes, 547 são autóctones, e 102, importados. Desde o início do ano até o dia 3 de maio, foram notificados 11.263 casos suspeitos, sendo que 10.694 acabaram descartados. Também foi registrado um óbito, em fevereiro.
O combate à dengue é especialmente difícil porque não existem vacinas. A única prevenção possível é evitar a proliferação do mosquito, e essa tarefa não pode ser delegada inteiramente ao Poder Público. Todos nós, cidadãos, temos o dever de fazer nossa parte, eliminando todos os materiais que possam favorecer o acúmulo de água limpa (ambiente no qual o Aedes Aegypti se reproduz).
Nos condomínios, o síndico pode assumir a tarefa de ser um "condutor" da luta contra a dengue. Unido a seu exército de funcionários, e apostando sempre na ampla divulgação de conteúdos informativos para os moradores e usuários do empreendimento, ele pode empreender e estimular as ações corretas de prevenção.
De tão divulgadas, essas medidas preventivas podem até soar um pouco óbvias para quem acompanha o tema pela imprensa. Mas, justamente, é das ações simples que derivam os melhores e mais eficientes resultados. Antes de mais nada, cabem ao condomínio as responsabilidades por acondicionar corretamente o lixo, manter piscinas e caixas d"água cobertas, fazer marcação cerrada contra calhas entupidas, eliminar ou preencher com areia os pratinhos de suporte aos vasos de plantas (moradores devem ser orientados a fazer o mesmo), descartar quaisquer objetos que possam funcionar como depósitos de água (embalagens e potes vazios, pneus...) e não permitir que a água de chuva se acumule sobre as lajes. Aliás, calhas devem ser muito bem tratadas, o que significa remover galhos, folhas e tudo que possa impedir o fluxo da água.
De vez em quando surgem novidades promissoras no combate ao Aedes. Segundo pesquisas conduzidas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), a cafeína é fatal para a larva do mosquito. Durante o estudo com a substância, verificou-se que quanto maior a concentração de cafeína na água parada contida em vasos, ralos e plantas, menor o tempo de vida das larvas. Além disso, 100% delas morreram no contato com café. Como a aplicação de inseticidas é assunto polêmico, dado o alto grau de toxicidade desses produtos, utilizar estrategicamente porções de borra de café em áreas ajardinadas pode ser uma forma eficaz e ecologicamente correta de o condomínio eliminar potenciais vetores.
Imóveis fechados constituem um problema à parte, pois os agentes de saúde têm dificuldades para acessá-los e assim localizar eventuais focos. Mas o time interno do condomínio pode, em comum acordo com o proprietário, fazer uma checagem semanal na unidade desocupada. Em certas cidades, como Santos, os corretores de imóveis já são aliados do Poder Público, facilitando o acesso de fiscais e agentes de saúde aos imóveis que estejam vazios, disponíveis para venda ou locação.
A situação da dengue em Sorocaba exige bastante atenção, mas acredito que juntos podemos deixar essa doença mais distantes de nossos lares e das pessoas que amamos
* Flávio Amary é vice-presidente do Interior do Sindicato da Habitação no Estado de São Paulo (Secovi-SP) - famary@uol.com.br
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Na luta contra a dengue
22 maio, 2013
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