Após períodos de chuvas intensas e enchentes, a leptospirose, uma doença transmitida pela urina de ratos, pode proliferar, tornando crucial entender o que é leptospirose para prevenção. No Brasil, essa enfermidade é endêmica, mas torna-se epidêmica em períodos chuvosos, resultando em 3 mil casos confirmados e 310 óbitos em 2023, especialmente nos estados do Sul e Sudeste.

O cenário da Leptospirose em
Recife
Em 2024, até a semana
epidemiológica (SE) 19, foram notificados 90 casos suspeitos de leptospirose e
18 foram confirmados (20,0%). Para o mesmo período do ano anterior, foram
notificados 86 casos e confirmados 27 (31,4%), representando um aumento de 4,7%
de casos notificados e redução de 33,3% de casos confirmados em 2024 (Tabela
1). O diagrama de controle com base na série histórica de casos prováveis de
leptospirose, demonstra que o coeficiente de incidência de casos prováveis de
leptospirose em 2024 se encontra abaixo do limite máximo esperado desde a SE
13.
Até a SE 19 de 2024 foram
confirmados 18 casos de leptospirose e destes observa-se que 50,0% estão
concentrados nos distritos sanitários VIII (27,8%) e IV (22,2%) (Tabela 1). Os
bairros que apresentaram o maior número de casos prováveis foram: Campo Grande
(5), Areias (4), Boa Viagem (4), Imbiribeira (4) e Ibura (4).
Importância:
- Prevalência Epidêmica: A
leptospirose é uma ameaça significativa durante enchentes, aumentando a
necessidade de conhecimento e precauções.
- Concentração Geográfica: A incidência é mais expressiva nas regiões Sul e Sudeste, exigindo atenção especial nessas áreas.

O que é Leptospirose:
Durante enchentes, ratos são deslocados para áreas habitadas, elevando o
risco de transmissão da Leptospira, bactéria presente na urina destes animais.
A infecção ocorre através de cortes na pele, mesmo em contato com água
contaminada.
Sintomas:
Após a exposição, os sintomas não são imediatos, surgindo de 7 a 14 dias
depois:
- Febre
- Dor de
cabeça
- Dor
muscular, especialmente nas panturrilhas
- Falta
de apetite
- Náuseas/vômitos
- Diarreia
- Dor
nas articulações
- Fotofobia
- Tosse
Fases Graves:
15% dos casos evoluem para a fase tardia, com complicações como a Síndrome de Weil, hemorragias pulmonares e
comprometimento de órgãos.
Tratamento:
O tratamento varia conforme os sintomas, mas o uso imediato de
antibióticos, como amoxicilina ou doxiciclina, é comum, reduzindo riscos de
complicações graves.
Prevenção:
Não há vacina para humanos; a prevenção envolve evitar contato com a
urina de ratos, utilizando equipamentos de proteção em áreas de risco, além de
limpeza adequada de objetos resgatados. Controle a longo prazo inclui impedir
acesso dos ratos ao lixo e vedar caixas d’água.
A compreensão da leptospirose é vital para a
prevenção, especialmente após chuvas intensas. A adoção de medidas preventivas
e o rápido tratamento em casos suspeitos são cruciais para reduzir a morbidade
e mortalidade associadas à doença.
Referências: