Estudo questiona efeito de máscara — o que não significa deixar de usá-la

19 novembro, 2020

 

Segundo pesquisa dinamarquesa, a diferença no número de infectados entre aqueles que usam a proteção e os que não usam é pouca. Mas ela é essencial no chamado controle de origem. Entenda





Um estudo feito por pesquisadores dinamarqueses
contesta a eficácia das máscaras (Foto: Unsplash)



Autoridades de saúde do mundo todo concordam que o uso de máscara de tecido ou cirúrgica é essencial para prevenir o contágio do novo coronavírus. Mas, mesmo usando o acessório, é fundamental manter os cuidados de higiene e distanciamento. Até porque ele pode não garantir 100% de proteção, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (18) na revista científica Annals of Internal Medicine.

Entre abril e junho de 2020, cientistas da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, fizeram experimentos para descobrir a eficácia do uso dessa proteção. Para isso, ele recrutaram 6024 participantes, que foram testados para ter certeza de que não estavam infectados com o Sars-CoV-2. As pessoas foram divididas em dois grupos: um que recebeu máscaras cirúrgicas e foi instruído a usá-las ao sair de casa e outro que foi orientado a não vestir o acessório em público.

Nesse período, apenas 2% da população dinamarquesa estava infectada e o distanciamento social e lavagem frequente das mãos eram comuns, mas as máscaras não. Os pesquisadores esperavam que a proteção adicional reduzisse a taxa de infecção pela metade entre os usuários. No entanto, não foi isso que aconteceu: 42 pessoas no grupo da máscara (1,8%), foram infectadas, em comparação com 53 no grupo sem máscara (2,1%). Ou seja, a diferença não foi estatisticamente significativa.

Em entrevista ao jornal The New York Times, Mette Kalager, pesquisadora do Hospital Telemark, na Noruega, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, comentou a pesquisa. "O estudo mostrou que embora possa haver um efeito simbólico, usar uma máscara não reduz substancialmente o risco”, disse.

Entretanto, outros especialistas contestaram o estudo, uma vez que ele tem limitações. Por exemplo, as análises dependeram do relato dos participantes sobre seu comportamento — assim, não é possível saber se todos eles estavam usando a máscara corretamente. Além disso, após o governo local decretar o uso obrigatório, as estatísticas mostraram que a incidência de infecção no país foi menor do que em outros lugares.

"Não há absolutamente nenhuma dúvida de que as máscaras funcionam como controle de origem, evitando que as pessoas infectem outras", disse ao jornal norte-americano Thomas Frieden, ex-diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. “A questão que este estudo foi elaborado para responder é: eles funcionam como proteção pessoal?”. Para o especialista, a resposta depende de qual máscara é usada e do tipo de exposição ao vírus que cada pessoa tem. Nesse sentido, o estudo não revela detalhes. “Uma máscara N95 é melhor do que uma máscara cirúrgica”, disse Frieden ao New York Times. “Uma máscara cirúrgica é melhor do que a maioria das máscaras de tecido. Uma máscara de pano é melhor do que nada.”

É preciso ressaltar, ainda, a necessidade de aderir aos outros cuidados além da máscara, como higienizar sempre as mãos com água e sabão e o distanciamento social. Christine Laine, editora-chefe da Annals of Internal Medicine, afirmou que, sozinhas, as máscaras “não são mágicas”.“Há pessoas que dizem: 'Estou bem, estou usando uma máscara'. Elas precisam perceber que não são invulneráveis ​​à infecção”, declarou.


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