A doutoranda em engenharia elétrica da Universidade Federal de Pernambuco Marilú Gomes foi uma das vencedoras do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2013. A cientista ficou com o primeiro lugar na categoria melhor trabalho publicado por conta do o artigo científico sobre o “Sistema de aquisição e processamento de ovitrampas para o combate a dengue”, publicado em 2012 na Revista Brasileira de Engenharia Biomédica. O anúncio foi feito no último dia 3 de dezembro.
O sistema desenvolvido por Marilú, ainda durante o seu mestrado, tem a função de digitalizar e contabilizar ovos do mosquito da dengue, com o intuito de identificar as regiões que estão com maior foco do transmissor da doença. A ideia para a criação da ferramenta surgiu pela necessidade de agilizar o processo realizado pelos agentes de saúde de Secretaria de Saúde, através do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães.
A ferramenta é posta para funcionar após o recolhimento das armadilhas montadas para atrair o mosquito da dengue, onde eles depositam seus ovos para reprodução. “O sistema digitaliza a imagem da palheta colocada nos baldinhos pretos das armadilhas”, explica Marilú.
Com as palhetas cheias de ovos, o sistema pode efetuar a contagem de duas formas. “A primeira funciona para a validação da ferramenta. O sistema digitaliza e o usuário pode fazer a contagem através da imagem fornecida. É como uma forma de conferência para comprovar se a ferramenta realmente funciona”, diz Marilú.
A segunda forma de uso é automática, em que o próprio sistema localiza e conta os ovos depositadas nas palhetas, tendo realizado a digitalização da imagem anteriormente. “Desta forma, conseguimos uma contagem mais rápida e mais precisa. Antes, os agentes levavam uma hora para a realizar a contagem da palheta manualmente”, conta Marilú.
Além disso, após a identificação e contabilização dos ovos nas palhetas, as informações de onde aquelas armadilhas estavam instaladas são colocadas no Google Maps. “Quando as armadilhas são instaladas, os agentes estão equipados com GPS. Assim, o sistema é alimentados pelas informações sobre as localizações das palhetas”, diz. Com isso a ferramenta fornece um mapa com gráficos e estatística sobre as localidades afetadas pelos mosquitos da dengue.
Segundo a cientista, em Pernambuco, o sistema está sendo usado nos municípios do Recife, Santa Cruz do Capibaribe e Ipojuca. Para funcionar, a ferramenta precisa estar instalada em um computador com acesso à internet, para que as informações sejam processadas nos servidores da UFPE, além de aparelhos de GPS para os agentes de saúde poderem alimentar os dados sobre os locais.
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