O governo do estado de Mato Grosso deve acionar na Justiça os donos das casas abandonadas que estão mantendo terrenos sujos com focos do mosquito da dengue. A medida faz parte da plano da força-tarefa lançada nesta segunda-feira (16) para reduzir o número de casos da doença, principalmente na capital Cuiabá e em Várzea Grande, região metropolitana da capital.
“Vamos recorrer à Justiça para que nos autorize a adentrar nessas residências, para fazermos a limpeza”, declarou o secretário de estado das Cidades, Nico Baracat. Ele explicou que as duas principais cidades do estado serão os alvos prioritários dos mutirões porque elas concentram juntas 40% dos casos de dengue no estado. Vinte e quatro maquinários serão usados na limpeza urbana nos dois municípios.
O Exército brasileiro chegou a ser cogitado para atuar no combate à dengue em Mato Grosso, mas a medida foi descartada pelo governo do estado. Neste ano, já foram registrados na capital 304 casos da doença, de um total de 4.967 verificados no estado.
A força-tarefa será realizada em Cuiabá e Várzea Grande por um prazo de 60 dias. Durante esse período será coletado o chamado “lixo da dengue”, ou seja, todos os tipos de recipientes que possam acumular água e servir de criadouro para o mosquito transmissor da doença. As retroescavadeiras vão trabalhar também na limpeza dos córregos e todos os locais onde houver água acumulada e que precisa de drenagem.
Além da possível ação judicial, o governo prometeu cobrar multas dos moradores que colaborarem para manter os focos de dengue. Em março deste ano, uma lei estadual foi sancionada em Mato Grosso para cobrar mais responsabilidade de quem trabalha com materiais que possam acumular água. Isso porque a lei estadual 9.698/2012, sancionada na última sexta-feira (16), prevê punições para pessoas físicas e jurídicas que forem flagradas com focos de reprodução do mosquito da dengue em terrenos e empresas. As multas variam de R$ 2,3 mil a R$ 92 mil.
O estado informou que continua no monitoramento por exame laboratorial na identificação dos sorotipos circulantes da dengue tipo 4. O superintendente de Vigilância em Saúde, Oberdan Ferreira Coutinho Lira, explica que todas as vezes em que há troca do vírus predominante, ou um novo vírus, existe risco de epidemias. Isso porque parte da população não está imune a ele. Os municípios prioritários que apresentaram a circulação do novo vírus foram Várzea Grande, Cuiabá, Regional de Diamantino (especificamente no município de Nobres).
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