O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou nesta quarta-feira (2) que a expectativa dos epidemiologistas da pasta é que o zika vírus “se espalhe para outros estados” brasileiros e que o número de casos deve se multiplicar com a chegada do verão. A estação marca o pico de proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.
A declaração foi dada em uma cerimônia da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que entregou um certificado de eliminação da rubéola no Brasil ao ministro. Além do zika vírus, o mosquito também transmite a dengue e a febre chikungunya.
"Há um crescimento vertiginoso da população de mosquitos na época do verão. Principalmente, do mês de fevereiro em diante. Fevereiro e março são os meses que a população do mosquito cresce exponencialmente. Então o momento agora é um momento basal”, disse Castro.
De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado em novembro, o zika vírus já foi identificado no Distrito Federal e em 14 estados: Roraima, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Paraná.
"A expectativa é de que o vírus se espalhe para os outros estados e se espalhe até para os outros países” afirmou o ministro. “Por isso, a gente precisa fazer uma ação muito efetiva para combater ao máximo o mosquito”, completou.
O ministro disse ainda que o combate ao mosquito deve ser intensificado até o próximo dia 21, data que marca o início oficial do verão. “O momento, agora, é de menor número da população dos mosquitos. Então é agora que nós temos que agir. Sobretudo, agora no mês de dezembro e no mês de janeiro, destruindo todo o potencial dos criadouros de mosquito."
Alerta a grávidas
O ministro da Saúde também reforçou nesta quarta a recomendação para que mulheres grávidas tomem cuidado extra com o Aedes aegypti. "As gestantes precisam se cuidar muito, colocar telas em todas as casas", declarou.
Na terça (1°), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Opas emitiram um alerta mundial sobre a epidemia de zika vírus. No comunicado, a OMS reconheceu, pela primeira vez em documento oficial, que existe uma relação entre o zika e os casos de microcefalia.
Além disso, as organizações pedem que os países-membros da Opas estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que reforcem o atendimento pré-natal e neurológico para um eventual aumento no número de casos.
Segundo a OMS, no Nordeste brasileiro, os casos de microcefalia cresceram 20 vezes na comparação dos anos de 2014 e 2015. Em novembro deste ano, o Ministério da Saúde declarou estado de emergência em saúde pública no Brasil por causa do aumento dos casos de microcefalia na região, especialmente no estado de Pernambuco.
Microcefalia
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para prematuros.
Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado.
Outros possíveis causadores da microcefalia são o consumo excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o desenvolvimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down.
Número de casos notificados com suspeita de microcefalia por estado até segunda (30):
Pernambuco - 646
Paraíba - 248
Rio Grande do Norte - 79
Sergipe - 77
Alagoas - 59
Bahia - 37
Piauí - 36
Ceará - 25
Rio de Janeiro - 13
Tocantins - 12
Maranhão - 12
Goiás - 2
Mato Grosso do Sul - 1
Distrito Federal - 1
Pernambuco - 646
Paraíba - 248
Rio Grande do Norte - 79
Sergipe - 77
Alagoas - 59
Bahia - 37
Piauí - 36
Ceará - 25
Rio de Janeiro - 13
Tocantins - 12
Maranhão - 12
Goiás - 2
Mato Grosso do Sul - 1
Distrito Federal - 1