Depois de um ano de bons resultados, a quantidade de casos de dengue nas quatro primeiras semanas de 2015 aumentou 57,2% em relação a janeiro de 2014. Até 31 de janeiro, foram 40.916 notificações, contra 26.017 no ano passado. O Acre já está em situação de epidemia. Os dados do Ministério da Saúde acendem o alerta, pois o período de pico das infecções pelo Aedes aegypti ainda não chegou.
Geralmente, no fim das chuvas, entre março e abril, é que a doença se prolifera. Neste ano, em vez das precipitações, a preocupação é justamente com a seca, que pode estar contribuindo para o aumento de casos. Apesar de não apontá-la como a causa principal, o titular da pasta, Arthur Chioro, afirma que a crise hídrica deve estar relacionada ao crescimento em alguns locais, por causa da forma como as pessoas estocam água.
Apesar do aumento de notificações, dados do ministério mostram que o número de casos graves caiu 71,4%, sendo registrados apenas 14 neste início de ano. A mesma situação aconteceu com as mortes, que diminuíram 83,7% (de 37 para 6). E, até então, foram 77 registros com sinais de alarme — classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que indica a possibilidade de evolução para caso grave. O levantamento será divulgado hoje por Chioro em evento de prevenção à dengue, em Valparaíso (GO).
Com 2.673 casos, o Acre é o estado com maior incidência da doença: 338,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, está Goiás, com 6.383 registros e incidência de 97,9, 12% menor que a do ano passado, quando ela estava em 111,5 nesse período do ano. O Distrito Federal teve redução de 68% no número de notificações, que passaram de 738 para 233, média de 8,2 registros a cada 100 mil habitantes.
Justamente a região que enfrenta uma grave estiagem teve maior crescimento de casos em 2015. Foram 22,6 mil no Sudeste, um aumento de 55,3%. A alta foi puxada por São Paulo. O estado está com taxa de 40 casos por 100 mil habitantes (17.612 notificações), crescimento de 733% em relação ao ano passado, quando o índice era de 4,8. Na unidade da Federação, está o município com maior taxa de incidência do país: Trabiju. O Rio de Janeiro teve leve aumento na incidência, e Minas Gerais e Espírito Santo apresentaram queda. O Sul teve a menor variação em número de casos.
As razões para o aumento, segundo o ministro da Saúde, variam de acordo com o local. No caso do Acre, por exemplo, dos 2.673 registros, 2.305 foram em Cruzeiro do Sul. “Era uma área que até pouco tempo não tinha a presença do mosquito e da doença, por isso pega as pessoas mais vulneráveis”, disse. Em São Paulo, por exemplo, a seca excessiva pode ter contribuído com a alta do índice. “É inquestionável que a crise hídrica apresenta risco maior de proliferação do Aedes aegypti, porque as pessoas tendem a armazenar água sem proteção, o que aumenta a possibilidade de multiplicação do mosquito.”
Para Chioro, a preocupação dos secretários municipais com a acumulação de água nas regiões afetadas é perceptível. “Não posso atribuir (todo o aumento) à crise hídrica, mas não podemos descartar a correlação e o potencial que isso traz. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo tem colocado a suspeita de que o acúmulo de recipientes esteja potencializando os casos.” O ministro afirma que será feita uma análise de impacto da crise de acordo com os níveis de precipitação, abastecimento e infecção. É necessário estar atento ao modo de estocar a água e sempre manter o recipiente usado fechado e limpo.
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Geralmente, no fim das chuvas, entre março e abril, é que a doença se prolifera. Neste ano, em vez das precipitações, a preocupação é justamente com a seca, que pode estar contribuindo para o aumento de casos. Apesar de não apontá-la como a causa principal, o titular da pasta, Arthur Chioro, afirma que a crise hídrica deve estar relacionada ao crescimento em alguns locais, por causa da forma como as pessoas estocam água.
Apesar do aumento de notificações, dados do ministério mostram que o número de casos graves caiu 71,4%, sendo registrados apenas 14 neste início de ano. A mesma situação aconteceu com as mortes, que diminuíram 83,7% (de 37 para 6). E, até então, foram 77 registros com sinais de alarme — classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que indica a possibilidade de evolução para caso grave. O levantamento será divulgado hoje por Chioro em evento de prevenção à dengue, em Valparaíso (GO).
Com 2.673 casos, o Acre é o estado com maior incidência da doença: 338,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, está Goiás, com 6.383 registros e incidência de 97,9, 12% menor que a do ano passado, quando ela estava em 111,5 nesse período do ano. O Distrito Federal teve redução de 68% no número de notificações, que passaram de 738 para 233, média de 8,2 registros a cada 100 mil habitantes.
Justamente a região que enfrenta uma grave estiagem teve maior crescimento de casos em 2015. Foram 22,6 mil no Sudeste, um aumento de 55,3%. A alta foi puxada por São Paulo. O estado está com taxa de 40 casos por 100 mil habitantes (17.612 notificações), crescimento de 733% em relação ao ano passado, quando o índice era de 4,8. Na unidade da Federação, está o município com maior taxa de incidência do país: Trabiju. O Rio de Janeiro teve leve aumento na incidência, e Minas Gerais e Espírito Santo apresentaram queda. O Sul teve a menor variação em número de casos.
As razões para o aumento, segundo o ministro da Saúde, variam de acordo com o local. No caso do Acre, por exemplo, dos 2.673 registros, 2.305 foram em Cruzeiro do Sul. “Era uma área que até pouco tempo não tinha a presença do mosquito e da doença, por isso pega as pessoas mais vulneráveis”, disse. Em São Paulo, por exemplo, a seca excessiva pode ter contribuído com a alta do índice. “É inquestionável que a crise hídrica apresenta risco maior de proliferação do Aedes aegypti, porque as pessoas tendem a armazenar água sem proteção, o que aumenta a possibilidade de multiplicação do mosquito.”
Para Chioro, a preocupação dos secretários municipais com a acumulação de água nas regiões afetadas é perceptível. “Não posso atribuir (todo o aumento) à crise hídrica, mas não podemos descartar a correlação e o potencial que isso traz. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo tem colocado a suspeita de que o acúmulo de recipientes esteja potencializando os casos.” O ministro afirma que será feita uma análise de impacto da crise de acordo com os níveis de precipitação, abastecimento e infecção. É necessário estar atento ao modo de estocar a água e sempre manter o recipiente usado fechado e limpo.