Tratada, mas não totalmente descontaminada. Essa é a conclusão de análise realizada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na água distribuída pela Estação Castelo Branco, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, responsável por 36% do abastecimento da Região Metropolitana. A pesquisa revelou a presença de quatro compostos usados em produtos como agrotóxicos, medicamentos, cosméticos e material de limpeza, apontados como causadores de problemas que vão de alterações hormonais a câncer. Provavelmente, os contaminantes são descartados nos rios em que a Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa) faz a captação, inferem os cientistas.
A equipe, capitaneada pelo Departamento de Engenharia Química da UFPE, coletou as amostras em outubro de 2011. “Pegamos água na entrada e na saída da estação. Assim, foi possível comparar se o tratamento está sendo eficiente em relação às substâncias que estamos estudando”, explica o engenheiro químico Gilson Lima da Silva, professor da UFPE.
Considerados compostos emergentes, as 16 substâncias analisadas são a cafeína, estriol, bisfenol A, etinilestradiol, estrona, estradiol, nonilfenol, octilfenol, progesterona, triclosan, dietilstilbestrol, norgestrel, mestranol, testosterona, fenolftaleina e atrazina.
“São emergentes porque, atualmente, sabe-se pouco sobre os efeitos desses contaminantes em águas naturais, embora muitos deles sejam classificados como interferentes endócrinos, isso é, substâncias ou misturas exógenas que alteram a função do sistema endócrino e, consequentemente, causam efeitos adversos em um organismo saudável, ou em seus descendentes ou subpopulações”, define Valdinete Lins da Silva, coordenadora do Laboratório de Engenharia Ambiental e da Qualidade, responsável pelo trabalho no Estado.
Os resultados integram estudo nacional realizado em 16 capitais, sob a coordenação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os compostos estudados ainda não estão regulamentados pela legislação, ou seja, a Compesa não necessariamente está descumprindo a legislação.
A empresa não quis falar sobre o assunto. A assessoria de imprensa teve acesso aos resultados da pesquisa, por meio do Jornal do Commercio, mas disse que a Compesa não se posicionaria, porque não há comprovação de que a água analisada é da companhia. Os pesquisadores garantem que o estudo tem o apoio da Compesa.
O composto presente na água em maior quantidade é a cafeína. “É um traçador inequívoco da contaminação por esgoto sanitário. Por si só, sua presença não inspira temores, pois sua concentração é muito baixa. A desinfecção, quando bem feita, elimina vestígios de patógenos e dessa contaminação do manancial. No entanto, a impressão digital química fica na água, e essa impressão é deixada pela cafeína. Já a atrazina indica uso e ocupação agrícola do solo no entorno do manancial”, detalha Valdinete.
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Água da Compesa é potável, mas não descontaminada
01 julho, 2012
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